Desde o dia 20 de Setembro que a equipa feminina Portuguesa de Match Racing, liderada por Rita Gonçalves, se encontra em Newport, RI, EUA para competir no Campeonato do Mundo.
"É uma honra ter a possibilidade de representar Portugal e estar entre 20 das velejadoras de topo da vela Mundial! É uma recompensa pelo trabalho conjunto de toda a equipa que temos vindo a desenvolver ao longo destes últimos anos! Não poderíamos deixar de agarrar o convite feito pela ISAF para, pela primeira vez desde que iniciámos o Match Racing e desde o ano 2000!", Rita
No primeiro dia de regatas a equipa sentiu dificuldade nas manobras, uma vez que era a primeira vez que teve a hipótese de velejar no barco. As adversárias mostraram-se superiores nas 4 regatas realizadas com condições difíceis: vento a soprar de Sudoeste de intensidade 21 nós e mar com ondas curtas.
No segundo dia de regatas, as condições estavam semelhantes às do dia anterior, com vento um pouco menos forte de intensidade 17 nós. Este dia ficou marcado pela rotura da retranca a poucos minutos após a largada contra a equipa Russa de Ekaterina Skudina.
"Largámos a barlavento e estávamos com boa velocidade. Foi um azar que nos aconteceu e não pudemos repetir a regata"
As regatas foram renhidas. com algumas trocas de liderança, mas algumas manobras e decisões menos felizes ditaram o 2º lugar. Tivemos também um azar porque neste dia, contra a equipa Brasileira de Juliana Senfft, depois de termos vencido a regata com algum avanço, um erro dos árbitros na exposição de uma bandeira verde (sem penalização) ditou uma reviravolta no resultado.
"Após a equipa Brasileira ter protestado numa situação de dial-up o árbitro concordou não ter havido infracção e queria mostrar a bandeira verde... contudo ele expôs a bandeira azul, a nossa cor, sem se aperceber e rapidamente a voltou a colocar no cesto. Por ter sido tão rápido e sem propósito de penalizar, a nossa equipa não se apercebeu na cor da bandeira. Também os árbitros só no final da regata é que se aperceberam do erro que tinham feito. Já em terra, após um pedido de audiência por parte da equipa adversária, os árbitros em reunião deliberaram que uma vez que foi exposta uma bandeira de cor azul o barco azul tem uma penalização a cumprir... mesmo alegando que essa bandeira foi disposta muito pouco tempo e sem termos conseguido ver (o barco dos árbitros estava atrás do barco de barlavento) a decisão foi de que deveríamos ter realizado uma despenalização antes de chegarmos.
"Infelizmente nessa situação não nos apercebemos da cor da bandeira pois foi tudo muito rápido e o barco dos árbitros não estava ao pé de nós... tínhamos tido tempo e à vontade para cumprirmos uma despenalização mas não tínhamos ideia sequer deste erro."
"Neste campeonato percebemos, principalmente, que conhecer o barco e/ou ter a possibilidade de ter um treinador a apoiar a equipa é fundamental. Sentimos que, em relação às nossas adversárias que têm total apoio em terra e no mar, a nossa evolução é muito mais lenta e depende apenas do nosso ponto de vista. Este factor aliado aos erros do momento ditaram a liderança das equipas adversárias. Contudo sentimos tivemos boas regatas e que foi óptimo termos conseguido reunir condições para participarmos neste campeonato. Realço que a representação Portuguesa este ano foi, até à data, totalmente suportada pelas velejadoras que participaram no Mundial e só foi possível porque ao longo destes meses temos feito um controlo financeiro apertado para podermos continuar a treinar e participar em campeonatos enquanto a situação burocrática do Projecto Londres 2012 não se resolve.", Rita
Obrigada a todos os que nos acompanharam ao longo destes dias e nos deram força para continuarmos com motivação e "fé e alegria!".
Até breve!
